sexta-feira, 9 de julho de 2010

Enrolação da direção da ECT para contratar já dura seis meses

A direção da empresa não quer contratar mais funcionários, apesar do caos nos setores, como parte do plano de privatização dos Correios

9 de julho de 2010


No último dia 28 de junho completaram-se seis meses de espera dos candidatos ao concurso dos Correios. O edital de convocação do concurso foi aberto em 28 de dezembro do ano passado e desde então a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) apenas enrolou os mais de um milhão de candidatos inscritos para as 6.565 vagas imediatas.

A direção da empresa está enrolando pelo simples motivo de que não quer contratar novos trabalhadores. A convocação do concurso feita em dezembro não passa de uma resposta para “acalmar” os mais de cem mil funcionários que convivem diariamente com o caos nos setores, provocado principalmente pela falta de funcionários.

Não existe setor dos correios que não enfrente problemas como o excesso de trabalho, o enorme número de trabalhadores com doenças ocupacionais, a falta de matérias, as dobras – em que um funcionário tem que fazer o trabalho de dois e até três companheiros – as horas extras quase diárias etc.

Os trabalhadores não agüentam mais tanta exploração. É esse o motivo pelo qual a direção da empresa não quer contratar mais funcionários, apesar da extrema necessidade. A super exploração dos trabalhadores faz parte dos planos para privatizar a ECT, conforme anunciou a governo com o projeto do Correios S.A.

Para entregar os Correios nas mãos dos capitalistas internacionais é necessário aumentar ao máximo o lucro da empresa, que só é possível com o aumento da exploração. Por isso, nada de contratação, apenas demagogia por parte da direção da empresa. A tendência, pelo contrário, são as demissões em massa, a terceirização dos serviços, o corte de direitos, tudo isso será resultado da privatização. É simples: para os capitalistas, quanto menos trabalhadores; mais exploração e mais lucros.

O gestor de Recursos Humanos da ECT, Pedro Magalhães Bifano, chegou a afirmar em entrevista no dia 9 de junho, que os Correios havia contratado a Fundação Getúlio Vargas para aplicar as provas. No entanto, até agora – um mês depois – a escolha da instituição não foi oficializada. Os prazos do concurso já foram adiados várias vezes e nenhuma satisfação é dada aos candidatos e aos mais de cem mil ecetistas que sofrem diariamente com a falta de pessoal.

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